RESUMO Huguenotes, ingleses e abacaxis são termos que foram empregados por abolicionistas para ocultar a identidade de pessoas escravizadas que escaparam do cativeiro por rotas de fuga entre a Zona da Mata pernambucana, o Recife e os quilombos abolicionistas no Ceará. O artigo aborda a montagem de uma rede abolicionista interprovincial no início da década de 1880 e a intensificação das fugas de escravizados entre 1884 e 1888, observando em particular a atuação clandestina e radical do Clube do Cupim, bem como alguns aspectos relacionados à construção de sua memória no pós-abolição. O Clube se destacou em relação às associações abolicionistas do período pela diversidade social de seus membros e pela capacidade de promover a articulação de trabalhadores livres pobres, libertos e escravizados em operações que desarticularam o escravismo na região.
ABSTRACT Using terms like Huguenots, Englishmen, and pineapples, abolitionists have concealed the identity of enslaved people that they were in escape routes across the Pernambuco’s Zona da Mata region, Recife, and abolitionist quilombos in Ceará. This article examines the emergence of an interprovincial abolitionist networking in the early 1880s and the growing movement of escaped slaves between 1884 and 1888. It focuses on clandestine and radical actions performed by the Clube do Cupim. It also takes into consideration some aspects of Clube’s memory in the post-abolition. The Club stood out amongst abolitionist associations in terms of social diversity and the capacity to engage free, liberated and enslaved workers in operations that caused impacts over slavery in the region.
RESUMEN Hugonotes, inglés y piñas son términos que fueron utilizados por los abolicionistas para ocultar la identidad de las personas esclavizadas que escaparon del cautiverio a través de rutas de escape entre la Zona da Mata de Pernambuco, Recife y los quilombos abolicionistas en Ceará. El artículo analiza la instalación de una red abolicionista interprovincial a principios de la década de 1880 y la intensificación de la fuga de personas esclavizadas entre 1884 y 1888, destacando en particular las actividades clandestinas y radicales del Clube do Cupim, así como algunos aspectos relacionados con la construcción de su memoria post-abolición. El Club se destacó en relación a las asociaciones abolicionistas de la época por la diversidad social de sus miembros y por su capacidad de promover la articulación de los trabajadores libres pobres, libres y esclavizados en operaciones de desmantelamiento de la esclavitud en la región.